Argumento
ABEL COENTRÃO
PEDRO MAGANO
Edição e Direção de Fotografia
PEDRO MAGANO
Música
VÍTOR PEIXEIRO
JOÃO LIMA
Correção de cor
MANUEL PINTO BARROS
O QUE VALEM A FOTOGRAFIA E O CINEMA PARA A MEMÓRIA DE UM POVO?
Ninguém sabe quantos portugueses morreram na pesca do bacalhau durante o Estado Novo. Sepultados no mar, ou em terras longínquas, esses homens foram deixados para trás, esquecidos pelo país que glorificava, durante a Ditadura, o papel deles no regresso de Portugal ao mar. Mas em 1966, um realizador canadiano filmava “The White Ship”, um documentário que nos mostra o funeral de um pescador português, vítima de uma tempestade, e que ficou sepultado em St. John’s, no Canadá.
Do destino de muitos pescadores pouco ou nada sabemos. Mas no caso de Dionísio Esteves, esse filme fixou para sempre uma memória do seu local de sepultura, permitindo que agora, em 2015, o seu túmulo se transformasse num memorial que glorifica a todos os pescadores portugueses que lá jazem.
NOTA DE INTENÇÕES
Uma parte de nós é mar. Dos meus, nas Caxinas, não sei outra vida. E o Pedro Magano, que o diga também, tal a ligação desse apelido, Magano, à marinhagem, na região de Aveiro, de onde ele vem. É a pesca longínqua, a do bacalhau, o que já nos unia, sem sabermos, pois vários dos nossos antepassados andaram pelos Grandes Bancos, na Terra Nova. Soubemo-lo quando um e outro, ele com a câmara na mão, eu de lápis e papel, investíamos parte do nosso tempo e interesse na história de Dionísio Esteves, pescador de Vila Praia de Âncora que morreu em 1966, a bordo do navio Santa Maria Manuela, e que ficou, como muitos, sepultado no cemitério de Saint John's.
Até há pouco tempo, o rasto de todas essas sepulturas estava perdido, ou pelo menos assim se julgava. Mas um plano num filme daquele ano ("The White Ship", da National Film Board of Canada) permitiu a um memorialista canadiano localizar em 2013 a última morada daquele homem. Passamos a ser três, a tentar homenagear, através desta história, os portugueses que morreram no bacalhau: Jean-Pierre Andrieux, com o memorial que foi instalado sobre aquela sepultura; Pedro Magano, em busca de uma história para um filme muito pessoal, e eu próprio, Abel Coentrão, que assinei a reportagem "As Sepulturas esquecidas", no jornal Público, em 2014, e que fundei, nas Caxinas, uma das comunidades com maior presença na Grande Pesca, uma associação cultural, a Bind'ó Peixe: para defesa desse património.
A história de Dionísio Esteves uniu-nos neste projecto. A partir dela, Pedro segue a minha pesquisa, que tacteia outros nomes de pescadores que ficaram por ali perdidos.
Estas imagens antigas em que nos ancoramos produzem uma trasladação, no espaço, e no tempo, da memória destes homens. Salvam-nos do esquecimento que a lonjura favorece. E é esse mesmo gesto que queremos alcançar, procurando os lugares onde eles ficaram, a um mar de distância.
Abel Coentrão
Se a Dionísio Esteves, um plano num filme canadiano o resgatou do esquecimento, a outros pescadores, como a José Francisco Marques, foi uma fotografia tirada a pedido do próprio filho, que lhe visitou a campa em Sisimut, então Holsteinborg, em 1966, que o mantém "vivo".
Estas imagens salvam-nos do esquecimento e operam, nas suas familias, uma espécie de trasladação: não de corpos, mas da memória destes homens.
EXIBIÇÕES
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14 de Janeiro de 2017
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21h00
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Cine Teatro, Caminha
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19 de Janeiro de 2017
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21h30
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Teatro Municipal Sá de Miranda, Viana do Castelo
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21 de Janeiro de 2017
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16h00
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Auditório da Biblioteca Municipal, Nazaré
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21 de Novembro de 2016
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18h00
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Cinemas NOS Alma Shopping, Coimbra
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20 de Novembro de 2016
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15h00
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Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra
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16 de Novembro de 2016
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21h30
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Teatro Municipal de Vila do Conde, Vila do Conde
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4 de Novembro de 2016
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22h00
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Museu Marítimo de Ílhavo, Ílhavo
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PEDRO MAGANO (Ílhavo,1981), estudou Tecnologias da Comunicação Audiovisual no Porto, na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo (ESMAE) acabando a licenciatura em 2007. No entanto, desde 2003 já colaborava com a RTP como operador de câmara, especializando-se posteriormente na direção de fotografia e fundou, em 2008, a Pixbee, com o seu sócio Pedro Sá.
Como diretor de fotografia participou, entre vários projetos, nos documentários "O Vício da Liberdade", (2011) e "Manuel António Pina - Um sítio onde pousar a cabeça" (2012), ambos produzidos pela Terra Liquida Filmes. Em 2014 colaborou também no projeto “ArtMénia”, da Fundação Gulbenkian, sobre o centenário do genocídio da Arménia.
Como realizador, Pedro estreou-se em 2007, com a curta-metragem “Logo hoje”, obtendo o Prémio Competição de Avanca, no Festival Internacional de Cinema de Avanca nesse mesmo ano. Seguiu-se a média-metragem documental "Era Uma Vez no Iraque" (2014) sobre o atentado à base militar em Nassíria, em 2003, tendo como base as fotografias do reconhecido fotojornalista Alfredo Cunha. “Irmãos” é a primeira longa-metragem de Pedro, um documentário sobre as romarias de São Miguel, que obteve o Grande Prémio do Festival Caminhos do Cinema Português (PT, 2015) e o Prémio de Melhor Montagem. Posteriormente, arrecadou o Lince de Ouro de Melhor Documentário no Fest – New Directors, New Film Festival (PT, 2016), foi selecionado no Festival Filmes do Homem (PT, 2016) e no Festival Internacional de Cinema Documental de Ciudad de México- DOCS MX. “Irmãos” foi também convidado pelo Mercado do Festival Visions du Réel (SW, 2016) e encontra-se ainda em fase de seleção de outros festivais internacionais.
Recentemente, Pedro Magano estreou o documentário, “A um mar de distância”, sobre as sepulturas esquecidas dos pescadores de bacalhau portugueses, e está a preparar a sua segunda curta-metragem de ficção, “Inverno”, para 2017.
Argumento
ABEL COENTRÃO
PEDRO MAGANO
Edição e Direção de Fotografia
PEDRO MAGANO
Música
VÍTOR PEIXEIRO
JOÃO LIMA
Correção de cor
MANUEL PINTO BARROS
Pós-produção de som e mistura
PEDRO ADAMASTOR
Operador de gimbal e drone
SÍLVIO ROCHA
Fotografia de cena
HELENA FLORES
Produção
LILIANA S. LASPRILLA
Realização
PEDRO MAGANO
DOC | 53 min | 2016 | PT